quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Resposta ao editorial do Estadão de 30-06-2013

Em resposta ao artigo publicado no estado de São Paulo, edição de Domingo 30-06-2013
" A miséria do nacional-estatismo "  de Sergio Fausto.

        Bom, respeitosamente devo discordar do que foi escrito na matéria citada.  Primeiramente  saliento que não me é surpresa que um membro do iFHC esteja  escrevendo ataques equivocados e  mal embasados, contra o presidente russo, Vladimir Putin. Fiquei pensando quem poderia ter interesse em difamar o presidente russo, ora, a resposta está no final do citado artigo. Interessante que não vejo praticamente ninguém no Brasil que tenha algo contra Putin ou a Rússia, logo, somente uma organização que parece seguidora do já falido " Consenso de Washington" , ou de Francis Fukuyama, é que poderia escrever tantas coisas inverídicas a respeito do chefe do Kremlin.

        Vamos verificar então quais os absurdos escritos sobre Putin. Primeiramente, devo dizer que o espaço de autonomia e contestação da sociedade civil russa continua exatamente como sempre esteve, tanto que protestos contra o Kremlin acontecem de vez em quando, e só necessitam de autorização devido a questões práticas urbanas ( ao contrário do Brasil, a Rússia não paralisa suas grandes cidades para protestos). As acusações ocidentais de que Putin montou uma nova KGB para reprimir manifestações e a livre expressão da sociedade civil são mera propaganda, não existindo fatos que comprovem tal tese. A Rússia possui tablóides, jornais independentes, políticos e empresários de oposição livres para falar o que querem, como Prokhorov ou os aliados de Gary Kasparov.  O que não se permite é a violação de leis russas estabelecidas. 
           Tanto que Aleksei Kudrin, ex-ministro da economia, declaradamente faz oposição ao governo até hoje, e apesar do conflito político, o próprio Kremlin leva em consideração o que ele diz, e não o mandou para um gulag na Sibéria.
       O tradicionalismo religioso da Igreja ortodoxa russa faz parte da cultura do povo russo, cultura aliás milenar, e nesta cultura o homossexualismo não é considerado como algo a ser permitido. Se os russos querem viver assim, é escolha deles. Não se trata de homofobia ( homofobia já condiz com agressões a homossexuais, o que também é proibido pela legislação russa) , trata-se de uma cultura milenar, que a princípio não pretende mudar.
              Não estou entrando no mérito se eles estão certos ou errados, o que digo é que a cultura ortodoxa não vai permitir a divulgação do movimento homossexual. Isso é um fato, e se os russos decidiram por esse caminho, não devemos julgá-los olhando-os de acordo com nossos próprios valores ocidentais. A Rússia tem sua própria cultura e cabe a qualquer analista respeitá-la.  Acredito ser quase arrogância cultural  afirmar que os russos são homofóbicos, isso é uma falácia. É apenas a cultura deles.
       A afirmação de que as eleições russas que sempre mantém o partido de Putin no poder, foram fraudulentas, não tem qualquer base verídica. Nenhuma estatística, de nenhum instituto estrangeiro ( muitos observaram as eleições russas bem de perto), conseguiu detectar qualquer  fraude relevante para o resultado das eleições. A verdade é que Putin está no poder porque os russos o querem, tanto que ele foi eleito com aproximadamente 60% dos votos válidos. Mas, aos olhos do ilustre membro do instituto FHC, qualquer vitória de Putin por si só já é uma fraude. Noutras palavras, o referido artiigo não possui, e nem apresentou, qualquer prova de que as eleições russas foram fraudulentas. Toda essa história de fraudes foi inventada pela mídia estrangeira e pela oposição russa, que desde 1999 é incapaz de formular uma alternativa ao país, que seja melhor que Putin.
       A oposição russa apresenta unidade ?? Não. A oposição russa possui algum candidato realmente capaz, inteligente, que seja aceito por todos, e que de fato tenha um plano de governo ? Não. Desde 1999, jamais a oposição russa apresentou alguém com tais características. Logo, se são incapazes de vencer o Rússia Unida, partido de Putin, através do sistema democrático, partem para acusações infundadas, e  desprovidas de quaisquer provas.
     As integrantes da banda Pussy Riot de fato cometeram crimes de acordo com a legislação russa, e foram devidamente julgadas e condenadas. Toda essa história de perseguição política foi inventada pela mídia internacional anti-Putin. Ora, elas violaram as leis criminais russas ?? Sim. Então, que a justiça do país cuide do caso. os chechenos também lutavam contra os russos, foram aclamados como " guerreiros da liberdade" pela mídia ocidental, até que seus pavorosos crimes em Beslan mostraram ao mundo qo que aqueles terroristas eram capazes de fazer. isso é hipocrisia da mídia ocidental : qualquer idiota que fala mal da Rússia vira herói no ocidente. o sr, sergio fausto, sem dúvida, lembra-se do apoio ocidental ao antigo ditador romeno, considerado o " gênio dos cárpatos", tudo porque este falou mal do Kremlin. É o mesmo princípio.
      As cadeias de televisão russas estavam quase todas em mãos de mafiosos ou estrangeiros em 1998, Putin fez muito bem em trazê-las de volta ao Kremlin. Os russos tem que assistir a sua própria cultura antes, e não a cultura alienante norte americana. A mesma cultura que os taxou de pessoas inferiores ao ocidente, que lhes destruiu a auto-estima, que os fez acreditar que eram malvados por terem sido comunistas, que tinham que sustentar Yeltsin e sua escória de mafiosos no poder. Para se ter uma idéia, até mesmo o alfabeto cirílico, que tem mais de 1000 anos, estava se extinguindo sob o governo de Yeltsin. Putin atuou para devolver aos russos a sua própria cultura, seu próprio alfabeto. O direito de um povo a preservar sua própria cultura não deve ser ameaçado por interesses estrangeiros. Além disso, existem diversas redes de TV a cabo na Rússia, que trazem conteúdo estrangeiro, objeto que deixa de ser obrigação do Kremlin. Quem quiser, que pague. Tais canais não estão proibidos.
      A indústria do petróleo estava toda em mãos de mafiosos ligados a Yeltsin ou a empresas estrangeiras. Putin acabou com a festa e trouxe tudo de volta as mãos do estado russo, recuperando as reservas internacionais e salvando a economia do país. Mas o que irrita tanto aos liberais do ocidente é justamente isso, não é mesmo ? Riqueza russa nas mãos do povo russo, isso sim é um pesadelo de Washington e seus asseclas.  
     As privatizações da era Yeltsin foram tão selvagens que demoliram a economia russa. Basta ver os dados econômicos de 1992 em diante. O termo selvagens não precisa de aspas, foi exatamente assim. Talvez os membros do instituto FHC não saibam que a partir de 1992 morriam mais de 700.000 pessoas ao ano na Rússia devido a crise econômica, provocada exatamente por causa dessa onda de privatizações.
      A repressão polítca de que o sr. cita, não existe. Todo país vai ter descontentes,  protestos e  a polícia nas ruas para contê-los. Engraçado, quando é na Rússia, a mídia explode em protestos. mas quando  se trata do Ocupem Wall Street, não vejo editoriais semelhantes.
      Em resumo, Putin, desde 1999, reorganizou a Rússia, devolveu ao seu povo sua cultura e orgulho nacionais, fez tudo voltar a funcionar, tanto que o país passou a ser classificado como emergente. Isso por um banqueiro ocidental. Logo, todas as críticas e insinuações contra o Governo Putin que o respeitável sr. Sergio Fausto fez neste editorial, são injustificadas, desprovidas de dados ou provas, e caracterizam-se única e exclusivamente como um grande equívoco e análise incorreta da realidade.
      
      Acredito que cabe aos referido instituto RESPEITAR a escolha de mais de 60% dos russos, e de respeitar  a Rússia.  
           De qualquer forma a Rússia seguirá firme e forte, provavelmente com Putin no poder, por livre escolha dos russos, e não há nada que o ocidente, ou seus institutos de propaganda, possam fazer a respeito. 
          A Rússia é poderosa demais para ser desafiada. E Putin já deixou claro que não permitirá que estrangeiros voltem a mandar em seu povo...
      

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